Admiração em Narrativa: Fanfictions e seu estímulo literário
- Débora Sales, Amanda Magalhães, Mirella Mota
- 1 de mar. de 2015
- 3 min de leitura

(#fanfics: Porque a história só termina quando a gente disser que terminou)
Tudo começou nos Estados Unidos, em 1929, com as fanzines (revista fanática, em tradução literal). As fanzines foram revistas editadas por fãs de livros, séries, entre outros, com o intuito de expressar admiração por suas obras favoritas. Nos anos 60, com a popularidade das séries Star Wars e Star Trek, foram criadas as fanfictions: contos ou romances escritos por fãs e que não fazem parte do enredo original da obra. Na última década, as fanfictions tornaram-se populares por intermédio da internet. O primeiro site criado foi o Fanfiction.net. Hoje, há uma gama de sites e inclusive uma nova categoria: interativa - onde nomes e características fisionômicas podem ser mudadas de acordo com o gosto do leitor, sem prejudicar a história - que tem como carro-chefe o portal FanficObsession. Por serem escritas em capítulos, as fanfics (como são chamadas popularmente) se assemelham bastante às novelas publicadas nos antigos jornais, pois os autores costumam escrever e publicar os capítulos de suas histórias aos poucos, até serem finalizadas.
No universo das fanfictions, os jovens são os mais ativos e representam grande parte da comunidade online. Em muitos relatos, as próprias fanfics foram o primeiro contato literário desse público: jovens que antes não tinham o hábito de ler, passaram a fazê-lo. A incidência de leitores desse gênero pode ser explicada pelo contato frequente com obras populares e pela proximidade entre leitores e escritores. Um autor tangível estimula o leitor e este passa a escrever seus próprios contos. Muitos usam as fanfics para expressar suas ideias e poder trocar opiniões com pessoas que dividem a mesma “fantasia literária”. Para A.S, 19 anos, a fanfic “incentiva as pessoas a escreverem por estarem lendo histórias escritas por pessoas como elas, estimula a criatividade por se tratar de um ponto de vista de uma fantasia que varia a cada enredo sem trocar os personagens. Acaba sendo algo como pontos de vistas diferentes de uma mesma história, deixando à vontade cada um construir o seu”. Além disso, pode proporcionar uma expansão do vocabulário:
“ao ler fanfics, melhorei minha gramática e minha habilidade de leitura”, revela.
Apesar do que a maioria pensa, as fanfictions são mais do que historias simples feitas por fãs. O mundo das fanfics muitas vezes vai além do que é tratado em suas histórias originais, mantendo apenas personagens principais, ou até mesmo baseando-se num mundo pré-existente apenas como um alicerce. Um exemplo disso é a série Harry Potter. Com a série ainda em andamento, muitos fãs começaram a fazer especulações sobre como seriam os próximos livros, até mesmo o fim da saga. Os fãs então começaram a escrever fanfics sobre essas e outras especulações e a divulgar suas histórias na internet, procurando partilhar com os outros que compartilham, ou não, dos mesmos anseios.
Alguns autores que hoje são conhecidos e aclamados mundialmente começaram sua carreira literária como ficwriters. Por exemplo, E. L James, autora de Cinquenta Tons de Cinza e Cassandra Clare, autora de Instrumentos Mortais. Cassandra escrevia fanfics de Harry Potter e de O senhor dos Anéis antes de se tornar uma autora famosa. Fanfics sobre bandas também são muito comuns: O livro Sábado à Noite da autora brasileira Babi Dewet, surgiu de uma fic (como também são chamadas) da banda Mcfly e ganhou o prêmio Codex de Ouro em 2011, na categoria Voto Popular. A própria J. K. Rowling (autora de Harry Potter) já defendeu a escrita de fanfics em entrevistas, desde que não sejam usadas para fins lucrativos.
E aí? Tem alguma sugestão ou complemento sobre o post de hoje? Algum conselho de fic legal? ;) Deixe nos comentários e ajude-nos!
Até a próxima postagem!
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