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Intimidade, uma arma na mão de alguns

  • libertesuaimaginacao
  • 13 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

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Século XXI, auge da tecnologia. Vivemos em um mundo onde há mais números de celulares que pessoas na Terra. Com a gama de tecnologia, redes sociais e aplicativos nos são apresentados diariamente e fica cada vez mais difícil ouvirmos falar em privacidade. Parece loucura, mas até para quem não é um artista em ascensão, a vida privada não anda mais tão privada assim. Compartilhamos fotos, vídeos, localização e inúmeras outras coisas as quais possibilitam “informar” ao próximo onde estamos, com quem estamos e o que estamos fazendo.

O uso da internet aproximou pessoas no decorrer de sua evolução. É graças a ela, por exemplo, que hoje pode ser realizada uma audiência judicial através de vídeo conferência. E isso é apenas a ponta do iceberg: a internet mudou o nosso modo de viver, conviver e trabalhar. Mas até que ponto o uso da internet deixa de ser agradável e se torna agressivo? Olhando por outra perspetiva, a internet na verdade não é culpada de nada. Os maus usuários de suas funções é que estão sendo colocados em questão. Quantas vezes você não viu, ouviu ou até mesmo foi vítima de vazamentos de vídeos ou imagens íntimas na internet? A grande vítima quando falamos em exposição não autorizada na rede são mulheres que teve sua intimidade exposta por um ex-companheiro. Esse vazamento não autorizado é chamado, segundo a polícia, de “pornografia de vingança”.



Infelizmente, essa dissiminação da intimidade se tornou tão comum que até mesmo uma musica sobre esse tema foi escrita e gravada por uma dupla sertaneja. Na música de Max e Mariano, um homem, revoltado por uma companheira ter dito ao seu atual namorado que não o conhecia, grava - inclusive escondido - e divulga imagens intimas do casal para se vingar dela, como no trecho: “Eu vou jogar na internet/ Nem que você me processe/ Eu quero ver a sua cara quando alguém te mostrar/ Quero ver você dizer que não me conhece”. A dupla goiana apresenta o lado do agressor que nem mesmo se preocupa com as consequências que isso pode trazer para a sua vida. O que importa é ve-la dizer que não o conhece depois de ter “mostrado quem manda”. Além disso, acham que a culpa é da mulher, que se deixou ser filmada, como um dos cantores respondeu à uma das críticas “se você anda por aí e seus parceiros filmam e você tá com a consciência pesada o problema é seu, moça”. Em defesa, os cantores disseram que a intenção da música não foi fazer apologia à divulgação de vídeos íntimos: "Pedimos desculpas para quem se sentiu ofendido e, por respeito a essas pessoas, tiramos o vídeo do ar. Mas isso não é crime, não maltratamos ninguém e não incentivamos ninguém a fazer isso. Trata-se de um fato, de como as coisas acontecem".



Segundo a rádio CBN, atualmente há pelo menos dois projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional para tipificar a pornografia por vingança como crime. Um deles sugere alteração no Código Penal, para enquadrar esses atos como crime contra a dignidade sexual, sujeitando o autor de um a três anos de prisão, além de multa. A outra proposta estabelece que a divulgação de fotos e vídeos íntimos sem o consentimento dos parceiros seja enquadrada na Lei Maria da Penha. Não há dados oficiais, mas a estimativa de especialistas é que em torno de 20% dos casos de crimes eletrônicos já seja de pornografia de vingança. Em 2014, a delegacia registrou 1.800 ocorrências de delitos pela internet, 38% a mais do que no ano anterior, que teve 1.300 ocorrências. Desses 1.800 boletins, cerca de 360 casos são de cunho sexual, quase um crime por dia. ONGs foram criadas em apoio a essas mulheres, como a Marias da Internet, criada por Rose Leonel, paranaense que também teve suas fotos vazadas. "Crimes como esses acabam com a vida da vítima. É um crime que não se apaga. A imagem sempre vai estar na internet, já foi espalhada. Posso te dizer que, depois de passar por isso, a pessoa morre, moralmente e até fisicamente, em casos de adolescentes que não resistem a todo esse julgamento da sociedade, por exemplo. Meu objetivo é dar alento, dar a mão, dizer: 'Olha, eu estou aqui e já passei por isso. Quero ajudá-la a salvar sua vida'", disse a jornalista em entrevista G1.



Enquanto o crime está em discussão, várias mulheres tem sua intimidade disseminada em redes sociais - principalmente em grupos no aplicativo WhatsApp - , sendo tachadas de “vadias”e “biscates” e recebendo toda a culpa, com o argumento de que “quem mandou deixar filmar?”. Infelizmente, não se pode mais “se entregar totalmente” e confiar fielmente no parceiro, a intimidade é uma arma na mão de alguns.

 
 
 

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